06/08/10
Um tema muito discutido em textos como a “Arquitetura, política e autogestão. Um comentário sobre os mutirões habitacionais”, bem como no livro “Arquitetura Nova” de Sergio Fiori, é sobre a participação do usuário nas construções, a autogestão, que parte do princípio de que todas as partes envolvidas na execução do projeto devem participar da tomada de decisões, cabendo a elas todas as conseqüências decorrentes da conclusão consensual.
Podem-se identificar, basicamente, dois tipos de usuários: os que reivindicam e participam ativamente do processo construtivo – o mutirão – e os já possuidores do bem, que não participam efetivamente da construção. Os primeiros adquirem um bem com valor de uso, necessário para a sua subsistência e sem valor imediato de troca. Por atuarem incisivamente no canteiro de obras, tem-se como resultado um projeto personalizado, desenvolvido de acordo com a as demandas e vontades do consumidor/construtor. Uma vez que a necessidade é priorizada, nem sempre há o suporte técnico correto, o que confronta o padrão capitalista do pragmatismo e objetividade. Já os usuários possuidores do bem, em contrapartida, não participam ativamente do processo construtivo, sendo meros recebedores e pagantes do produto final. A menor participação desses usuários tem vantagens e desvantagens: o serviço prestado por empreiteiras e cooperativas é baseado em conhecimentos técnicos e ampla tecnologia, resultando em um bem com um acabamento superior, mas peca nos quesitos personalização e flexibilidade projetuais
É pertinente inferir que as decisões devem ser tomadas de acordo com a capacidade e limitações de cada um. Assim, não cabe ao leigo tomar a frente nos aspectos técnicos, porém, o técnico deve oferecer ao leigo todos os subsídios para a tomada de decisão.
Podem-se identificar, basicamente, dois tipos de usuários: os que reivindicam e participam ativamente do processo construtivo – o mutirão – e os já possuidores do bem, que não participam efetivamente da construção. Os primeiros adquirem um bem com valor de uso, necessário para a sua subsistência e sem valor imediato de troca. Por atuarem incisivamente no canteiro de obras, tem-se como resultado um projeto personalizado, desenvolvido de acordo com a as demandas e vontades do consumidor/construtor. Uma vez que a necessidade é priorizada, nem sempre há o suporte técnico correto, o que confronta o padrão capitalista do pragmatismo e objetividade. Já os usuários possuidores do bem, em contrapartida, não participam ativamente do processo construtivo, sendo meros recebedores e pagantes do produto final. A menor participação desses usuários tem vantagens e desvantagens: o serviço prestado por empreiteiras e cooperativas é baseado em conhecimentos técnicos e ampla tecnologia, resultando em um bem com um acabamento superior, mas peca nos quesitos personalização e flexibilidade projetuais
É pertinente inferir que as decisões devem ser tomadas de acordo com a capacidade e limitações de cada um. Assim, não cabe ao leigo tomar a frente nos aspectos técnicos, porém, o técnico deve oferecer ao leigo todos os subsídios para a tomada de decisão.
...Qual o real papel de um arquiteto residente e formado num país subdesenvolvido? Seria este apenas a construção de mansões para a classe privilegiada dos condomínios isolados? Projetos arrojados e reconhecidos como grandes instituições públicas? Estas com certeza não seriam a forma correta de analisarmos a arquitetura de nosso país, tão carente e desigual, mas sim a maneira pré-concebida de arrecadar fundos neste paradoxo desigualdade/capitalista...
...cabe sim ao arquiteto a intervenção neste quesito; Com a nossa teoria, noção de espaço e vivência, temos muito a oferecer a esta população tão necessitada. Porém se torna necessário uma aproximação da cultura, da disposição espacial, da apropriação dos espaços, ou seja, das peculiaridades construtivas e de vivência das comunidades.
Salas de aulas, anfiteatro, centro de exposições, teatro, quadras com um complexo esportivo (visando crescimento pelo esporte inclusive pelas olimpíadas que estão por vir), oficinas, e até mesmo hortas comunitárias dariam suporte, técnica, conhecimento e acima de tudo perspectiva de um futuro mais digno. Com um local apropriado (complexo da barragem Santa Lúcia), com o auxilio governamental (facilitando a disponibilidade de terreno e construção) e de empresas privadas (entrando com o serviço prestado, ou até como rebaixamento de impostos), com cursos profissionalizantes (que poderiam ser artistas plásticos, músicos, atores, engenheiros, técnicos de computadores... Mudando de acordo com a necessidade local e momentânea) chegaríamos não a uma resposta, mas num principio de busca e sentido do nosso papel numa sociedade...
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